terça-feira, 3 de março de 2009

Dislexia Fonológica

(Bem interessante. Tem a ver com a questão da memória do disléxico)
Trecho do site:

......os casos de dislexia fonológica do desenvolvimento mostram que, apesar de boa audição e de boa articulação da fala, podem haver problemas de discriminação e consciência fonêmicas que prejudicam severamente a aquisição de leitura e escrita alfabéticas competentes. Dois exemplos podem ser mencionados aqui: O caso de Rebecca (descrito por BUTTERWORTH, CAMPBELL, & HOWARD, 1986; CAMPBELL & BUTTERWORTH, 1985), e o caso de Louise (descrito por Funnel & Davidson, 1989). Rebecca era uma estudante de Psicologia de 20 anos de idade que sempre teve ótima audição e que, quando criança, começou a falar mais cedo que o normal. Apesar disso, suas habilidades de fala interna eram muito deficientes, fracassando em tarefas de consciência fonológica tais como a de emparelhar rimas faladas. Além disso, sua amplitude de memória (digit span) era muito curta, sendo melhor para numerais escritos (i.e., quatro dígitos) do que falados (i.e., três dígitos). Na tarefa de leitura em voz alta, era incapaz de repetir literalmente o que havia ouvido, cometendo freqüentes substituições lexicais, o que revela severos problemas com a rota superficial fonológica. Por exemplo, seqüências faladas como “nought, one, oh, one” eram por ela repetidas como “zero, one, zero, one”. De modo coerente com esses problemas de consciência fonológica e memória de trabalho fonológica, essa moça com dislexia fonológica do desenvolvimento se mostrava incapaz de escrever novas palavras sob ditado, ou de ler novas palavras em voz alta. Louise também era estudante de graduação e também tinha dislexia fonológica do desenvolvimento. Ela também apresentava desempenho inferior à sua idade cronológica, em termos de padrão de memória fonológica e de desempenho em tarefas de consciência fonológica. Apesar de Rebecca e Louise terem dislexia fonológica do desenvolvimento, suas estratégias cognitivas eram relativamente diferentes. Por exemplo, quando Louise era ensinada explicitamente a manejar uma nova escrita fonética, ela passava a usar essa escrita para aprender a fazer rimas e tarefas de memória de trabalho fonológica, de modo que sua consciência fonológica e memória de trabalho fonológica melhoraram a partir da aprendizagem da nova escrita fonética. Já quando Rebecca aprendia uma nova escrita fonética, ela tendia a usar os princípios literais visuais dessa escrita e não os fonêmicos.

Rebecca tem dificuldade em fazer uso da fala interna, embora seu aparato fonoarticulatório para a articulação da fala audível esteja intacto. Tal dificuldade é de natureza estrutural, ou seja, Rebecca não consegue desempenhar tarefas de leitura e de memorização do modo como a maior parte das pessoas fazem. Em conseqüência, Rebecca acaba adotando um estilo de leitura alternativo para tentar lidar com essas tarefas da melhor maneira possível....

http://coralx.ufsm.br/revce/ceesp/2006/02/a6.htm

2 comentários:

  1. Oi
    Meu filho tem 11 anos e tem dificuldades na leitura e escrita, quando ele le, le bem, mas pula algumas palavras e quando escreve não consegue organizar suas idéias no papel, tem uma certa dificuldade de interpretação, tem muitos erros de ortografia.
    Desde a que começou a vida escolar, tive muitos problemas, não queria ir para a escola, quando ia se recusava a fazer as atividades que asoutras crianças faziam, sempre queria brincar.
    Na 1ª série começou a ler e escrever na metade do ano, mas se superou. Na 2ª série nasceu meu segundo filho, e as coisas pioraram, se recusava a fazer provas e atividades e desde então está assim, faz tratamento psicologico, mas ainda por diversas vezes se recusa a realizar as atividades.
    Pergunto poruqe ele faz isso ele sófala não sei, aí li um depoimento sobre a dislexia fonologica e fiquei pensando, será que ele tem ou simplesmente é um problema psicologico??

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  2. Olá!
    Desculpe não ter respondido antes. Minha filha é disléxica e parece que estou vendo as mesmas dificuldades no seu filho. Procure ler mais sobre a dislexia, pq vai poder ajudá-lo muito. A escola tem o dever de ajudar junto. Essa é a lei!
    Se quiser me enviar um email, estou à disposiçao para dar algumas dicas, pois minha filha já está com 18 anos e já fez e faz muita coisa para a dislexia.
    Abç
    Zane
    zane.garnier@gmail.com

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